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Trabalhar com nosso lado sombra é de vital importância, tanto na vida quotidiana como na vida dedicada ao Eu. Cada vez mais, percebemos que as pessoas têm a tendência de esconderem dos outros e de si mesmas o seu lado escuro. Aprendemos, ao longo das nossas vidas, a mostrar à sociedade somente o lado que a mesma deseja ver. Formamos a nossa personalidade de acordo com as regras ditadas por ela e o que ela não gosta, nós escondemos, fechamos num baú e deitamos a chave fora. Como para atingirmos certos objectivos na vida, nós precisamos seguir as regras sociais, nós acabamos por criar um padrão, uma fachada para apresentar às pessoas, sejam nossos familiares, sejam nossos amigos ou sejam nossos conhecidos. E é por isso que fica tão complicado de trabalharmos com a nossa sombra, apegamo-nos a vários comportamentos e falsas “verdades” que criamos para nós.

“A sombra não tem apenas as nossas características sombrias, ou aquelas que a sociedade considera más. Ela também inclui todas as qualidades positivas que escondemos. Essas qualidades positivas são frequentemente citadas como ‘sombra iluminada’. Não sepultamos apenas nossas obscuridades, mas também nossos traços positivos – aspectos poderosos, amorosos e deliciosos… Podemos ter enterrado a genialidade, a competência, o humor, o sucesso ou a coragem. Talvez tenhamos escondido a autoconfiança, carisma ou força.”

– Deepak Chopra, in O Efeito Sombra

tumblr_lw6aj4tHvO1qkqdj9o1_500Trabalhar com o nosso lado menos agradável requer, antes de mais nada, maturidade. É preciso aceitar que temos defeitos antes de sairmos por aí a acusar ou criticar as outras pessoas por suas atitudes que, por vezes, é a nossa atitude também. E tal acção é fundamental para aqueles que querem seguir o caminho da verdade. Para começar, é preciso parar, olhar para dentro de nós e analisar a fundo a nossa personalidade: do que gostamos, do que não gostamos, como reagimos a certas situações, quais são as nossas atitudes instintivas, enfim, todas as atitudes que temos no momento em que nos relacionamos com os outros e com nós mesmos.
Precisamos entender o nosso comportamento antes de meditar sobre isso, e aqui a palavra de ordem é meditar! Se nós não entendemos o motivo de termos determinadas atitudes, como vamos entender o porquê de nós estarmos a realizar tal meditação, ou termos tal atitude? Temos que parar para analisar se o que estamos a fazer é bom para nós ou é só para mostrar ao outro como somos poderosos ou como conseguimos tal resultado com facilidade. E é no ocultismo que observamos essas atitudes mais claramente. Podemos ver isso em qualquer lugar que haja pessoas auto-denominadas Mestres, Professores de nada e Pais de coisíssima nenhuma… que queiram aparecer mais que os outros. É a legítima fogueira das vaidades!

É preciso que nós tenhamos total consciência desse lado “mau” para que possamos trabalhar com ele e que possamos, então, evoluir espiritualmente, afinal, para haver a luz, é preciso haver também a escuridão. Entender a si mesmo é um processo complicado e complexo que envolve tempo e determinação da pessoa que quer seguir um caminho equilibrado. É importante que, nesse caminho, nenhuma etapa seja saltada, pois poderão surgir lacunas nas quais faltarão algumas conexões e algum entendimento do que a pessoa esteja à procura.

 “Aprenda a amar com todo o seu coração e aceitar o lado desagradável dos outros(e o seu). Qualquer um pode amar uma rosa, mas é preciso ter um grande coração para incluir os espinhos.”

– Ditado Budista

Uma boa ocasião para a pessoa se analisar é ver a sua reação em determinada situação. Por exemplo: se a pessoa está num grupo, como ela reage se alguém diz que conseguiu tal resultado? Sente inveja, ciúmes, raiva? Esses momentos são perfeitos para a pessoa fazer a sua auto-análise, pois é na vivência e na prática que a pessoa se pode analisar diante de determinada ocasião. Por isso dizem que um bom místico não é aquele que aparenta ser calmo, sereno, mas que fora do campo de visão dos outros se stressa facilmente e sai agredindo os outros, um místico de verdade, é aquele que se entende a si mesmo, entende o motivo de ficar zangado em determinada situação e trabalha com esse sentimento para saber como lidar com ele seja em qual situação for. Um místico de verdade é aquele que tem os dois lados da mesma moeda em seu coração e sabe usá-los com justiça e consciência.

“A medida que nos tornamos mais presentes e alertas, começamos a ver quanto somos robóticos e encurralados nas personalidades que criamos. E podemos escolher tomar medidas proativas para lidar com as sombras que estão nos prendendo e tentar nos libertar. Não se iluda: se não lidarmos com essas sombras, elas lidarão conosco…”

– Deepak Chopra, in O Efeito Sombra

Energeticamente lidar com a sombra é também essencial. A acumulação de sombra, ou energia densa, no nosso sistema chákrico e áurico é o mesmo que permitir que essa mesma energia nos tome como morada. Como não a queremos usar vamos mantendo essa energia bem no fundo da cave do nosso ser (no nosso chakra raiz). Brevemente, essa energia vai ser alimento de um Eu com medo, muito medo, de um Eu com incapacidade de reagir, ou com reacções violentas no dia em que explodir, e é ainda um convite expresso a energias de baixa frequência a visitarem-nos e fazerem de nós o seu joguete.

Convido-os a verem um documentário legendado em português do Brasil, baseado no livro Efeito Sombra de Deepak Chopra e que elucida muito bem toda esta temática.

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