O medo está a transformar a humanidade numa espécie histericamente em extinção…
Ter medo do desconhecido não é um conceito novo. desde o nascimento até à morte somos treinados para ter medo de tudo e de todos. Os perigos da sociedade moderna tornaram-se sempre presentes na imaginação e na vida das pessoas. Sociólogos chamam já a este fenómeno a «Sociedade de Risco», termo que se aplicava apenas a culturas que devido à paranóia da segurança e ao peso do controlo religioso ou ‘político’ se encaminham para a auto-destruição.
A esmagadora maioria das instituições de hoje, sejam académicas, médicas, religiosas ou governamentais, não existiriam em forma e em número se não existisse o poderoso elemento do medo. O planeta Terra molda-se a cada dia por medo!
É a razão porque existe a guerra. É a razão porque existe a medicina moderna. É a razão porque existe a lei. É a razão porque existe a política. Temos medo de tudo e naturalmente tentamos controlar ou prevenir tudo o que nos amedronta.
A maioria das pessoas irá, hoje, dizer que o mundo está muito mais perigoso do que em qualquer outra altura da história, mesmo face a provas estatísticas e científicas que negam esta interpretação em qualquer parte do mundo. Fechamos as portas, trancamo-nos atrás de alarmes, pedimos ao deus de eleição por protecção e ainda assim inundamo-nos no nosso próprio pessimismo admirados porque não conseguimos dormir. Imersos na cultura do medo!
A programação neuro-linguística que emula a psicose está nas televisões, nos jornais, nas revistas, nos anúncios, nos jogos.
Se existe uma doença, temos de correr a desenvolver uma vacina ou cura… entretanto falamos, berramos, noticiamos e trememos de medo dela para que assim que haja a primeira esperança todos corram em pânico para pagar princepescamente por essa cura.
Se existe um terrorista, temos de correr a desenvolver medidas anti-terroristas que tudo controlam… entretanto falamos, berramos, noticiamos e trememos não notando que essas medidas controlam-nos mais a nós do que ao terrorista alimentando a probabilidade de haverem mais terroristas.
Se existe um criminoso criamos leis… se existe um bully, criamos políticas de combate…
É a natureza humana moderna: combater tudo!
Acedam a uma qualquer rede social na internet sem serem bombardeados por uma audiência em pânico e revolta. Impossível! As pessoas têm medo de tudo, criticam, vociferam, menosprezam, antagonizam e recorrem a ataques ad hominem que se focam em outros só porque estes possuem uma visão diferente, uma opinião. Para salvarem crianças, animais ou uma selva, publicam imagens agressivas e violentas das mesmas sem perceberem que em vez de o estarem a fazer estão simplesmente a aumentar a histeria e a incapacidade humana de reagir.
O EFEITO DO MEDO
O medo mantém-nos focados no passado e criar uma preocupação contínua sobre o futuro. É um criar de desespero e desalento que sorrateiramente nos incomoda, confunde e paralisa. Perdemos a lógica, o raciocínio e o pensamento equilibrado. É impossível viver em liberdade se somos incapazes de controlar o medo.
Quem tem medo hesita em explorar novos conceitos ou em abraçar outras possibilidades. Podemos achar o nível de medo de alguém pela maneira como exploram o seu ambiente, como inspeccionam os objectos, como olham para os outros. Afecta a personalidade, destrói o âmago, trazendo traços comportamentalmente impactantes na sua saúde e longevidade.
O medo está a dilacerar a nossa sociedade… no passado engendrou atitudes de solidariedade e reactividade, mas ao longo dos tempos o treino dos poderes instituídos criou a divisão da humanidade e a sensação de individualidade que nos corrói por dentro. Este isolamento imposto recebe a ajuda dos meios de comunicação, dos políticos, das religiões, da medicina moderna, das corporações, dos banqueiros… tudo hoje é capital e é cultivado como tal! Enquanto não descobrirmos uma forma de vencer este medo injectado viveremos com estes ‘empresários’ como parasitas da nossa vida, personalidade, cultura, sabedoria e até da alma.
A ATITUDE NEGATIVA
Quando as pessoas mantêm uma atitude negativa perante qualquer coisa que discorde da sua versão pessoal de realidade, irão sofrer de uma espécie de sentido de medo perene ao contrário dos que conseguem positivar as atitudes. Fisicamente alguns marcadores começarão a tomar controlo: batimento cardíaco exagerado, ansiedade antecipatória crescente, suores frios… pânico!
Estas atitudes são baseadas numa poderosa associação entre o medo e o sentimento negativo forte que estas pessoas não conseguem controlar. O simples pensar ou ver algo que lhes recorde o seu medo trará uma imediata reacção negativa, sem estrutura, sem controlo, sem lógica.
As atitudes negativas ao desconhecido gera um sentimento de fraqueza de carácter, especificamente uma falta de força de vontade e de convicções. Quando as pessoas necessitam intensamente de castrar as opiniões dos outros e as informações que estes apresentam, demonstra um claro défice de atributos de confiança sobre os seus próprios sistemas de crenças, de moral e até de valores pessoais.
Aqueles que confiam nas suas doutrinas não sentem a necessidade de identificar todas as coisas que desgostam nas doutrinas dos outros, nem sequer tentar aumentar as fraquezas das doutrinas dos outros só para apaziguar a sua própria certeza.
O MEDO É VIRAL
A grande diferença entre o medo do século 21 e o de séculos anteriores é que as pessoas saltam de um pânico para outro freneticamente. Do habitual medo do crime passamos ao medo pelas doenças mortais, toxicodependência, pedofilia, gripe asiática, ébola, adolescentes insanos, vacas loucas, refugiados, aquecimento global, extinção da espécie e, claro, terrorismo.
Não existe um único medo que caracterize a nossa era. O que temos é uma forma pluralista e promiscua de ter medo e o que isso nos traz é que enquanto os nosso avós tinham medo em conjunto, hoje temos medo a sós e em silêncio… porque temos medo de ter medo!
O cérebro humano possui poucas capacidades de pesar os riscos de uma acção sem considerar os efeitos negativos. Os publicitários, os propagandistas, os políticos e os sacerdotes agarram nisso com uma precisão abismal, e logo que o cérebro dispara num pensamento negativado eles ganham a vantagem e ocupam o lugar.
Poucos podem duvidar que as indústrias farmacêuticas não lucram com o extremo medo das doença e da morte para venderem vacinas e drogas aos triliões.
As corporações dominam os meios de comunicação e lutam por audiências, a informação degenera em sensacionalismo, o sensacionalismo provoca o exagero. O fosso entre a notícia e a realidade começa a ser tal que difere de meio de comunicação para meio de comunicação… ao serviço dos barões, dos senhores do feudo mental humano.
É HORA DE ABANDONAR O MEDO
Todos precisamos de abandonar o medo de vez. Possuímos a habilidade de julgar de forma sofisticada e complexa, possuímos uma intuição que raramente nos trai. Porém, quando por vezes perdemos a sintonia com o mundo temos mesmo de nos forçar a parar e pelo menos questionarmos o que está a causar essa discrepância.
Não é a enfrentar o medo com uma falsa coragem e uma lista de objectivos que conseguimos aniquilar o medo gradualmente para uma nova estirpe de humanidade. Uma nova humanidade precisa de ver este medo reduzido como nunca antes. Se tens um medo, primeiro percebe a sua natureza, compreende como está lá e o que o provoca.
Suponhamos que tens medo do teu futuro. Na realidade o medo refere-se à incerteza do resultado dos eventos por ocorrer. Ao viveres totalmente no teu presente, planeando apenas o passo seguinte reduzirás a incerteza, e consequente o medo. Não podes planear para todas as incertezas, contudo podes estar preparado no aqui e no agora para que na próxima incerteza estejas certo e seguro de como agir. Não é uma arte de controlo, é ganhar amor à vida que tens agora e vivê-la intensamente.
Dentro de cada um de nós há um programador neuro-linguístico, capaz de aceder à mente subconsciente e alterar a nossa mecanicidade imposta pela socialização, pela educação a metro, pela crença cega e pelas tradições proverbiais. É como se dentro da mente possuíssemos programas ou aplicações mentais que são traços e códigos recebidos a cada experiência que passamos. Estes programas constituem-se por associações positivas e negativas, tipo zeros e uns, que atribuímos a cada coisa. Enquanto o programa continuar a computar as mesmas associações, o computador cerebral será um ditador sobre cada uma das acções produzindo apenas os mesmos resultados, que se acumularão.
Então, temos de alterar esta programação subconsciente e dar vida a uma nova consciência: consciencializar!
Para para repensar permitirá distinguir os zeros dos uns e à medida que vamos mudando a nossa programação perceberemos que estamos a positivar a nossa vida, a nossa capacidade de existir, a nossa energia.
PÁRA PARA PENSAR NO AGORA!
Uma vez que as pessoas comecem a entender a simplicidade destes actos ser-lhes-á impossível parar de crescer e evoluir. Cada programa de televisão, cada filme, cada notícia, cada publicidade, cada discurso serão imediatamente identificados como tácticas de amedrontamento e estaremos cada vez mais cientes da paz que é não os possuir em nós.
É para onde muitos de nós se encaminham! Eventualmente seremos mais, seremos muitos… eventualmente venceremos o medo que nos corrói e que alimenta as elites… eventualmente deixaremos de permitir que o medo nos defina e focar-nos-emos uns nos outros.
Quando isto acontecer, não precisaremos de políticos, de retóricas, da podridão das sociedades secretas, dos tubarões da publicidade ou dos chefes banqueiros para rigorosamente nada.