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A meditação está associada frequentemente ou ao relaxamento ou à espiritualidade. É certo que pode bem ser uma técnica de relaxamento ou uma prática espiritual – mas estas são apenas duas das muitas aplicações da meditação e o homem ocidental teima a querer fechar os olhos a coisas que a ciência que ele mesmo inventou explica. A meditação é um método de alterar a consciência.

Muitos textos da especialidade referem habitualmente 3 estados de consciência humana: vigília, sonho e sono sem sonho. Por vezes, alguns estudiosos, acrescentam ainda um quarto estado, aparentemente mais espiritual: o estado transcendental. Se procurarmos o mundo do estudo científico vamos ver cada um dos estados mencionados e aceites como reais associados às frequências de funcionamento cerebral (alpha, beta, theta, delta)… mas, claro está, para a maioria dos ocidentais continuarão a chamar à meditação ‘coisa de místico’.

Na realidade existem milhares de estados de consciência. Quando nos chateamos entramos num estado de consciência completamente diferente de quando nos apaixonamos, ou de quando estamos comovidos ou assustados… e em cada um destes exemplos existem variados  graus de profundidade e intensidade, por exemplo existem vários estados de consciência diferentes entre estar ligeiramente irritado e completamente enraivecido.
Alguns estados de consciência fazem-nos sentir bem, agradavelmente dispostos, e outros longe disso. Por isso sabemos instintivamente quais os estados de consciência que preferimos e tentamos a todo o custo procurá-los. Cada estado de consciência afecta a forma como a nossa mente opera. Por exemplo, é difícil pensar com clareza ou ser criativo quando se está num estado de raiva… e não esqueçamos que a própria memória é afectada por um estado de consciência, nomeadamente neste exemplo da raiva em que a memória tolda e deixamos de lhe ter acesso.
Quando estamos num estado de consciência depressivo, o mundo parece-nos diferente de quando estamos num estado de consciência alegre ou enamorado.
Todos já experimentamos estes diferentes estados de consciência e sabemos o quão variáveis eles se tornam e o quão frágeis podem ser. Há vezes que os estados se alteram de forma diária, mas noutras irão alterar de uma hora para a outra e tudo porque dependem de cada coisa que nos
acontece e de como decidimos reagir perante isso. O que pensamos afecta o que nos acontece de forma directa ou indirecta, quanto mais não seja por que afecta de imediato cada um dos nossos estados de consciência. Assim, e como pode imaginar, não será difícil por-se a descer numa espiral perigosa de negatividade unicamente porque se alimentam pensamentos negativos que vão negativizar o estado de consciência cada vez mais. Da mesma forma imagine o resultado de alimentar pensamentos positivos e benignos. A meditação é um método de gerir o nosso estado de consciência e desenvolvê-lo por afectar directamente a forma como pensamos.

A consciência é ‘dona e senhora’ de tudo o que nos é interior e exterior: governa as relações, determina a eficácia, orienta nas escolhas, atribui conexão e dá o sentimento. Ao gerir o nosso estado de consciência pela meditação estaremos a alterar todos os aspectos da nossa vida, usando práticas variadas e adequadas ao que procuramos em cada situação.
A meditação só é uma prática espiritual para aqueles que perseguem esse caminho, para outros é um mecanismo de melhorar a qualidade do seu trabalho, a forma como se relaciona, a certeza com que decide ou a saúde com que vive. Ninguém pode dizer que há falta de estudos neste campo e se o disser tem vivido num mundo ilusório com um franco atraso de actualização de informação. Investigadores de todo o mundo, cientistas, teóricos e místicos todos possuem um resultado e denominador comum: a meditação tem um enorme impacto positivo na saúde de forma directa ou indirecta.

Então o que que acontece quando se medita?

Gerimos a nossa consciência dirigindo o pensamento na direcção do nosso objectivo meditativo. Existem tantos tipos de meditação quantos os resultados e objectivos que possamos imaginar. Para criar relaxamento, por exemplo, podemos dirigir o pensamento para longe de padrões negativos e emoções tóxicas. Para contribuir para a convalescença ou cura de uma determinada parte do corpo iremos dirigir o pensamento e a consciência nesse exacto local aumentando uma série de estímulos físicos e energéticos (fazemos isto incosncientemente desde sempre, basta lembrar-se de como reage quando se magoa numa parte do corpo, a forma como se centra nessa parte e se tenta acalmar a apaziguar após e durante a dor – porque não fazê-lo conscientemente).
Claro que a meditação não é a única forma de gerir os estados de consciência. O que pensamos, particularmente em resposta a acontecimentos do dia a dia, tem um enorme impacto no estado da mente, por isso é essencial que se complemente a prática meditativa com tomadas de novas perspectivas que ajudem a controlar e curar os pensamentos que temos. A maioria das coisas que pensamos é tão habitual e imediato que nem notamos que estamos apenas a responder aos estímulos da vida com coisas a que fomos treinados pela cartilha sócio-cultural… neste caso estamos a agir em padrão, baseados em pensamentos que parecem nossos mas que não passam de criadores de stress quando, se perdermos uns segundos de gestão do estado de consciência, notaremos que reagimos e pensamos diferentemente da real perspectiva que temos das coisas – observe em como quase todos dizemos que somos óptimos a aconselhar os outros mas falhamos quanto a seguir os próprios conselhos.

A sabedoria e a evolução natural do Eu está enraizada profundamente na saúde da nossa consciência. A forma como nos apercebemos do que nos rodeia depende da forma como gerimos o que está dentro, bem no fundo, do Eu interior.
Como uma prática espiritual, a meditação não é particularmente diferente da prática menos transcendente de aumentar a clareza do pensamento e gerir o estado de consciência. A meditação vai ajudar a limpar os resíduos mentais  e os pensamentos tóxicos permitindo um garante de sensatez. Neste processo, também os resíduos energéticos que nos impedem de ter conexão com o nosso Eu Interior e Supremo serão controlados e de igual forma estaremos a limpar gradualmente a nossa ligação ao todo.

Seja por uma questão física, mental ou espiritual (energética) a meditação é altamente e comprovadamente funcional na gestão de pensamentos e controlo de estados de consciência… meditar é como trabalhar as nossas raízes, para que o fruto tenha qualidade e a planta tenha saúde.

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