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Nos dias de hoje criamos rótulos para tudo e para todos. Uma sociedade apodrecida de julgamentos e falsas moralidades que ousa definir o indefinível. Chegamos ao ponto de criar novas palavras e termos, que nem palavras são, para explicar como as pessoas são ou agem.

Eu?! Eu não sou introvertido, nem extrovertido, nem ambivertido.
Eu?! Eu sou aquilo que me apetecer ser num certo dia e posso garantir que vou variar.

Como podemos definir todo um ser, que até me custa chamar de humano, numa só palavra? Como sumarizamos as suas opções, vontades, ideais, tristezas e gargalhadas num só termo? Simplesmente, não podemos!

Estamos parametrizados por uma sociedade que carrega um passado fortíssimo religioso onde o insulto gratuito e o julgamento eram perfeitamente aceitáveis e praticados por quem supostamente deveria ensinar-nos a ser livres. Queimavam as ‘bruxas‘, prendiam ‘hereges‘, torturavam ‘excomungados‘ e apontavam os dedos aos ‘pagãos‘. Uma sociedade que perdoa em troca de dinheiro ou de um quilograma de laranjas na quaresma os actos mais ignóbeis. Uma sociedade que vive na perfídia e depois liberta-se de responsabilidades junto do senhor de colarinho branco em troca de umas quantas palavras mágicas.

Hoje, trocamos os rótulos religiosos por pseudo-intelectualidades de pretensas ciências omniscientes. Hoje, somos hiperactivos, bipolares, esquizofrénicos, alheados, entre outros nomes que substituem os anteriores com subtis formas de tortura re-inventadas com fármacos, terapias invasivas e invasões terapêuticas.

Já existe um rótulo para todos nós… desde egrégios e antigos tempos… somos ÚNICOS! Cada um de nós é único.

Era uma vez uma altura em que viviam pessoas únicas. Naquele tempo éramos todos diferentes e isso era natural e aceite. Depois as sociedades caíram nas mãos sacerdotalizadas e alegadamente ligadas a um ser que tudo sabia, que tudo via e que tudo ouvia. Foi-nos dito que se queríamos ser aceites, correctos e pertencer ao grupo dos escolhidos tínhamos de agir de uma determinada maneira, vestir de uma determinada forma, possuir determinadas coisas e ouvir apenas o aconselhado.
Depois alguns ousaram quebrar as correntes, abanar os ministérios, questionar os conceitos e os dogmas.
Podia ter sido a «vitória vitória, acabou-se a história», porém refinaram o controlo e os que se libertavam entregavam-se a novos dogmas subtilmente disfarçados de gravata, estetoscópio e tubos de ensaio. Em vez de sacerdotes deram-nos jornais, revistas e televisões [que tudo sabem, que tudo vêm e tudo ouvem]. Foi-nos dito que se queríamos ser aceites, inteligentes e pertencer ao super-grupo tínhamos de cortar com o passado gradualmente e agir de uma determinada forma, vestir segundo a moda, possuir determinados objectos de poder e ouvir determinados estilos de música… e seríamos alegadamente livres.

mergedHoje sentimo-nos desconfortáveis com o que somos, escondemos o que gostamos, ocultamos as opiniões, seguimos a fila… senão teremos rótulos porque algo não está bem com a nossa cabeça. Chegamos ao cúmulo de perguntar aos outros o que é que nós somos. Chegamos ao cúmulo de nos auto-rotular para que pelo menos façamos parte de uma minoria que fica a balir de forma diferente, mas nos conforta por termos um rótulo.

É isto que aprendemos desde crianças? Sim é… mas mascarado. Desde muito novos é-nos ensinado que devemos fazer escolhas que nos incluirão eventualmente neste ou naquele grupo. Separando-nos em categorias, em sacos de lixo.

«Divide et Impera»
[dividir para conquistar]

Se gostas de um desporto, se ouves um grupo musical, se bebes uma bebida, se vês um programa… de forma mais ou menos aberta serás transformado num agente de propaganda que o defende sem sequer notar.

Já existe um rótulo para todos nós…
somos ÚNICOS!
Cada um de nós é único.

As roupas que vestes não te definem, as idiossincracias que tens não faz o que tu és e não existe uma outra palavra capaz de te sumarizar. Fica um conselho… PÁRA E OBSERVA!

Sim, pára! O que realmente é importante é seres tu mesmo, independentemente do que a tua família vai dizer, ou as vizinhas do lado que se empoleiram nas janelas, ou os teus amigos do Facebook.
Está a soar-te a cliché? Ensinaram-te a pensar assim.
Quebra as tuas correntes. Deixa de ouvir quem te pede para seres normal ou que se deve vestir. Já tiveste tempo de fazer escolhas na vida, agora segue-as! Por ti, em teu nome, responsável por cada passo que dás. Todos somos almas únicas, vivemos vidas únicas neste mundo tão único em si mesmo. Pára de tentar ser outra pessoas, vivendo a vida deles e absorvendo-lhes os rótulos.
Talvez se todos parássemos de nos atirar para dentro da caixa dos outros conseguíssemos perceber que somos originais e sem caixa. Somos uma obra de arte no sentido do eu!

Eu?! Eu sou aquilo que me apetecer ser num certo dia e posso garantir que vou variar. E tu?

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